terça-feira, 15 de maio de 2012

Doces Bárbaros

Eu tenho tido bastante tempo livre ultimamente. Mas se tem uma coisa que eu não gosto de fazer é perder tempo. Eu tenho um ritual que consiste no seguinte: todo dia de noite quando me deito eu me faço a seguinte pergunta: "Sr. Braun, o que que você fez hoje que vai contribuir minimanete de fora positiva pra sua vida?" Quando eu num encontro nada, fico maluco e as vezes nem consigo dormir. A exigencia não é muito alta não... pode ser conhecer ou conversar com alguem bacana; ler algum texto legal; conhecer uma banda ou músico novo interessante. Coisas pouca. Mas nunca nada.

E meu tempo livre aqui tem se convertido em um estudo apaixonado pela musica brasileira. Já falei anterioemente da "evolução" musical que to tendo e o movimento Tropicalismo tem sido muito presente. Tenho achado muita coisa interessante.

Aí, com isso, eu me deparo com os Doces Bárbaros, que é um grupo musical que se formou nos anos 70 que tinha como componentes somente Caetano Velozo, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa. Timaço heim? Uma de suas musicas, "Um Índio" me arrepia muito e as vezes chega até a encher meus olhos de lágrima de tão fantástica que é a melodia. A letra exprime uma esperança por novos e melhores dias, cabendo perfeitamente na harmonia! Ou seja, uma obra prima. Apreciem:


Vale a pena conferir a letra:

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante

Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias

 Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico

Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito

Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio


De que planeta vem as vozes dessas duas senhoras heim? É um absurdo. Por sinal, eu lí em algum lugar (não lembro onde), que se fez alguma pequisa em algum canto das 10 melhores vozes do mundo e a de Gal Costa estava incluida na lista.


O fato é que essa reunião cheia de brasilidade voltou a acontecer em 2002 (de aí que surgiu o vídeo acima) pra comemorar os 30 anos do grupo. Com isso se fez um documentário que também tá no youtube e eu disponibilizo aqui:


Legal né? Eu tenho curtido bastante!

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